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O Futuro Legal das Criptomoedas no Brasil
Um especialista jurídico argumenta que as tentativas de regulamentar o setor de Criptomoeda do Brasil neste momento são equivocadas.
Jonathan Darcie é doutor e mestre em Teoria Geral do Direito e Direito Tributário e sócio de um escritório de advocacia no Brasil com consultoria permanente para negócios de moeda digital.
Neste artigo de Opinião do CoinDesk , Darcie fala sobre as regras propostas para Criptomoeda no Brasil, argumentando que as tentativas de regulamentar o setor neste momento são prematuras e equivocadas.
Morar no Brasil nos últimos quatro anos tem sido uma experiência de assistir a uma versão real e ao vivo – e ainda mais interessante, alguns diriam – da série de TV "House of Cards".
A investigação criminal ainda em curso denominada 'Operação Lava Jato(A Operação Lava Jato) se tornou a mais abrangente investigação criminal da história do Brasil, levando dezenas de políticos, CEOs e executivos das mais importantes empresas brasileiras para a prisão.
Ao mesmo tempo, o país entrou na recessão mais intensa de sua história, levando empresas à falência, milhões de pessoas ao desemprego e configurando um cenário de caos econômico.
É dentro desta janela de eventos nunca antes vistos (o ONE sendo um grampo do atual presidente do Brasil) que a Câmara dos Deputados do Brasil está fazendo algo inédito – iniciando um debate sobre a regulamentação do Bitcoin e das criptomoedas.
O meio ambiente hoje
Ao ler a notícia de que uma comissão legislativa estudará e regulamentará as criptomoedas, pode- ONE ter a impressão de que as startups locais agora terão liberdade ilimitada para fazer transações e formar negócios.
Infelizmente, isso não chega nem perto da realidade de nenhum negócio no Brasil.
Assim como acontece com nações que têm seu sistema jurídico construído sob uma tradição de direito civil, cada inovação que surge se junta ao status quo atual para se tornar legalmente equivalente a outras tecnologias semelhantes.
Em 2009, se alguém que vivesse sob a lei brasileira fizesse sua primeira transação comprando e vendendo Bitcoin com lucro, ele teria que pagar (ou deveria ter pago) imposto de renda na ordem de 15% de seus ganhos de capital (a menos que o valor total envolvido fosse inferior a R$ 35.000 (US$ 10.600) em um mês, quando uma isenção fiscal era aplicável).
Isso significa que a situação atual é a mesma para criptomoedas, guitarras, livros ou quaisquer outros bens envolvidos em transações.
Bitcoin e outras criptomoedas nunca foram moedas legais segundo a lei brasileira, embora uma lei federal tenha emitido uma definição de moeda digital ao declará-la como um recurso armazenado em um dispositivo ou sistema eletrônico.
Como essa definição T capturou a natureza das criptomoedas em geral – abrangendo chaves criptográficas privadas em vez da própria 'moeda digital' – seu status legal é dado pelo Código Civil Brasileiro, que as define como ativos regulares. Ser um ativo móvel significa que as transações são possíveis sem qualquer tipo de restrição – exceto pelo dever de pagar impostos e declarar sua propriedade à Receita Federal do Brasil.
O impacto nos negócios
Para empresas, os requisitos são um BIT mais complicados.
Não é fácil ter um negócio no Brasil. Quem quiser fazer isso precisa contratar um contador e um advogado para preparar um contrato equivalente aos artigos de organização nos EUA. Depois, há a necessidade de obter um ID de contribuinte emitido pelos governos federal, estadual e municipal.
Pequenas empresas são obrigadas a entregar informações de renda mensal e anual para fins fiscais (normalmente para mais de uma filial), incluindo informações sobre funcionários. As obrigações mais que dobram para empresas maiores.
O mesmo processo exato é aplicado a negócios de moeda digital. T importa se estamos falando de uma exchange, carteira ou serviço de pagamento: não há muita liberdade envolvida.
Mas, diferentemente da maioria das empresas, empreendimentos relacionados a criptomoedas que lidam diretamente com grandes somas de dinheiro, títulos, arte, joias ou outros ativos estão sujeitos a deveres muito específicos em relação a políticas de combate à lavagem de dinheiro e conformidade em geral.
Essas obrigações e deveres foram promulgados em 1998 por meio de uma lei federal escrita mais de 10 anos antes da primeira transação de Bitcoin acontecer.
Portanto, é necessário que as empresas de moeda digital cumpram políticas de conformidade rigorosas e KEEP registros das transações realizadas em seu campo de atuação, reportando atividades consideradas suspeitas ao conselho federal que controla as atividades financeiras.
O debate no Congresso
Considerando a intenção do congresso de regulamentar especificamente as criptomoedas, a maioria das pessoas neste momento pode estar se perguntando: "O que resta para ser regulamentado?"
Congressistas envolvidos na comissão especial deram declarações cobrindo aspectos tributários e a relação das moedas digitais com atividades criminosas, embora isso sugira que eles T tenham muita familiaridade com o status legal atual das criptomoedas.
É notável então que o momento do debate segue um sequestro recente em que os criminosos pediram que o resgate fosse pago com Monero e z-cash. Apenas algumas semanas depois, o Ataque de ransomware WannaCry atingiu organizações internacionais, trazendo atenção negativa ao Bitcoin.
Pode ter parecido uma oportunidade para o Congresso apresentar à Opinião pública uma (supostamente) boa agenda.
Apresentado pela primeira vez em 2015, o projeto de lei discutido não acrescenta nada ao ambiente jurídico da moeda digital.
O projeto de lei tem três objetivos:
- Considerar os pagamentos em moeda digital como acordos de pagamento legais, o que já o são devido à sua definição legal
- Declarar que as empresas de moeda digital devem cumprir a lei federal de proteção ao consumidor, algo que elas indiscutivelmente já têm que cumprir
- Afirmar que as operações envolvendo moedas digitais estão sujeitas às políticas de combate à lavagem de dinheiro, o que já acontece, conforme explicado anteriormente.
Então, enquanto o projeto de lei for aprovado na forma atual, proprietários e empresas não deverão ter problemas.
Dada a tradição de complicar as coisas e a atual crise política brasileira, no entanto, "muito bem" pode ser pedir demais.
Tribunal Federal Brasileiroimagem via Shutterstock