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Congressista panamenho apresenta projeto de lei para regular Cripto

Gabriel Silva elaborou um projeto de lei propondo o uso de Criptomoeda como meio de pagamento para operações civis e comerciais.

O Panamá introduziu umacontapara regular o uso de criptomoedas em todo o país.

O projeto de lei, apresentado pelo congressista Gabriel Silva na noite de terça-feira, busca tornar o Panamá um “país compatível com a economia digital, blockchain, Cripto e internet”.

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O texto propõe que pessoas físicas no Panamá ou pessoas jurídicas estabelecidas no país possam livremente aceitar o uso de Criptomoeda como meio de pagamento para qualquer operação civil ou comercial não proibida pelo ordenamento jurídico.

O projeto também propõe que impostos, taxas e outras obrigações tributárias possam ser pagas usando Criptomoeda.

Como Silva confirmou ao CoinDesk, o uso de criptomoedas não é ilegal no Panamá. Não há moeda imposta na constituição panamenha, embora o dólar americano tenha sido usado oficialmente desde 1904, quando um acordo monetário entre os países conhecido como Taft-Arias entrou em vigor.

“Não há certezas nas regras fiscais, e com este projeto buscamos trazê-las”, disse Felipe Echandi, um Cripto local que trabalhou com Silva na elaboração do projeto de lei.

Segundo Echandi, o projeto de lei sujeita as criptomoedas ao regime de ganhos de capital, como nos Estados Unidos, e as exclui do imposto sobre valor agregado (IVA). “Acreditamos que essa seja uma tendência mundial”, disse ele.

A legislação proposta também busca estabelecer princípios de interoperabilidade bancária para que os sistemas financeiros tradicionais sejam compatíveis com os novos. Nas palavras de Silva, isso significaria a possibilidade de conectar uma conta bancária a uma exchange.

“Hoje você T consegue nem conectar uma conta bancária ao PayPal”, disse Silva.

De acordo com Echandi, o objetivo do projeto de lei é que as Cripto sejam usadas por duas partes que tenham um contrato, bem como criar condições para ampliar o uso das Cripto , como em uma loja local.

Além da regulamentação das criptomoedas, o projeto também busca “expandir a digitalização do estado” por meio do uso da Tecnologia de contabilidade distribuída, digitalizando a identidade de pessoas físicas e jurídicas, de acordo com um rascunho do projeto de lei.

O processo de digitalização permitirá que o Panamá seja compatível com contratos inteligentes eDAOs(organizações autônomas descentralizadas), diz o projeto de lei. “O país tem todo o potencial para ser um provedor de identidade digital para o resto do mundo, como a Estônia fez com seu programa de residência digital”, acrescenta.

“A visão mais futurista é que o Panamá se torne uma DAO”, disse Echandi, que acrescentou que o projeto de lei é um passo intermediário em direção a essa visão.

Segundo Echandi, o projeto de lei busca fortalecer o ecossistema de Cripto no país e promover a chegada de empresas de Cripto ao país.

“Embora atualmente não seja ilegal adquirir ou comprar criptomoedas, não há inúmeras exchanges ou plataformas para converter de fiduciário para Cripto ou vice-versa”, acrescentou.

Além disso, a legislação proposta permite que os emissores de títulos utilizem Tecnologia de contabilidade distribuída, blockchain ou criptomoedas para representar esses lançamentos.

Assim como o Panamá se tornou um centro financeiro nos últimos anos, com esse projeto de lei o país pode se tornar uma jurisdição desejável para empresas que buscam emitir qualquer tipo de ativo, disse Echandi.

Silva – membro da Bancada Independiente, um partido independente e de oposição – disse que tanto a bancada governista quanto a de oposição estão dispostas a lidar com o projeto de lei. Nos últimos dois meses, ele se reuniu com diferentes instituições públicas que estariam envolvidas na operação de Cripto, como o Ministério das Finanças, o Banco Nacional e a Superintendência de Bancos, ele acrescentou.

O projeto reuniu comentários de diferentes partes, incluindo advogados, usuários de Bitcoin , empresas relacionadas a criptomoedas e autoridades governamentais, disse Silva.

Silvaconfirmado ao CoinDesk em junho que ele iria apresentar o projeto de lei em julho, embora tenha sido adiado pela coleta de comentários de diferentes partes, ele acrescentou.

Andrés Engler

Andrés Engler é um editor da CoinDesk baseado na Argentina, onde cobre o ecossistema Cripto latino-americano. Ele acompanha o cenário regional de startups, fundos e corporações. Seu trabalho foi destaque no jornal La Nación e na revista Monocle, entre outras mídias. Ele se formou na Universidade Católica da Argentina. Ele detém BTC.

Andrés Engler